Conheçam um pouco da Trajetória do DJ Magão
| Quando a gente pensa em DJs, lembra logo daquela parafernália que costuma acompanhá-los: fones de ouvido robustos, pick-ups iluminadas, além do batidão. A aparência física não é regra, mas é cada vez mais frequente o número de corpos sarados comandando festas, sob um jogo de luzes psicodélicas. |
Esqueça tudo. DJ Magão vai de encontro a todos esses estereótipos e mostra que discotecagem não tem muito a ver com a aparência. Nada poser, já com problemas de audição causados pelo ofício, ele chega, abre o notebook e deixa rolar a playlist rocker que melhor anime o público escolhido.
Lá pelos vinte anos, já em Natal, começou a “brincar” com dois microssistens. Suas primeiras apresentações foram na barraca de praia Barastral, em Ponta Negra; uma escola. Seu principal mestre foi DJ Teto. Anderson Foca entra como incentivador na história, quando lhe emprestava discos e apresentava bandas novas. “Meu foco é o rock. Tudo ligado ao rock e suas vertentes”, conta, definindo que ultimamente tem ouvido um som mais depressivo e radical, trash metal, por exemplo.
Nem sempre Magão faz mixagem. Acredita que não é preciso, apesar de ter uma seleção de break beat, um tipo parecido com funk carioca e rap estadunidense, que vai bem se mixado. Dentro do que propõe, ele é eclético. “Hip hop é old school do rock; black music, uma vertente do rock. Às vezes me chamam de doido por eu dizer isso”, fala, sem esquecer do samba-rock, igualmente bem vindo. No Carnaval, permite-se sair da linha e visita o som de artistas como Dodô e Osmar, Pepeu Gomes e Moraes Moreira.
Defendendo a postura de anti-heroi dos DJs, arrisca dizer que esse é um dos motivos que o faz não ganhar muito dinheiro na noite. O sustento e a grana pra pagar a faculdade de Administração vêm da agência de viagens onde trabalha. Em suas palavras, continua com a música porque gosta mesmo é de colocar as guitarras distorcidas do metal e os riffs das baterias para ecoarem.
Ele próprio já tentou produzir esse tipo de som. “Fui o pior baterista de Natal”, assume, lembrando de algumas bandas das quais participou no início dos anos 90. “Aviso Prévio” foi a mais marcante. “Tô voltando a pensar em formar outra banda”.
Bem ou mal, ainda que não volte às baquetas, continua sendo músico. Isso porque DJs são músicos, em sua opinião. Só não dá pra confundi-los com vitroleiros, “os que têm medo de ousar e só tocam o que a mídia joga”, sem critérios de seleção. E, cuidado, eles podem estar disfarçados atrás daquela imagem de DJ.
Fonte: Isabela santos | Solto na cidade
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